Patrice Etlin juntou-se à Advent em 1997 e é Managing Partner em São Paulo. Ele iniciou as operações de investimento da empresa no Brasil. Patrice já participou de 28 investimentos ao longo de sua carreira, 26 deles na Advent.
Antes ingressar na Advent, Patrice foi sócio da International Venture Partners em São Paulo, onde era responsável pela operação de um fundo de mídia e comunicações focado no Brasil. Anteriormente, ele foi representante para o Brasil na Matra Marconi Space.
Patrice também atuou por seis anos como Presidente da Association for Private Capital Investment in Latin America (LAVCA). Ele possui uma graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo, um mestrado em Engenharia Industrial pela École Centrale de Paris e um MBA pelo INSEAD.
Como a cultura empresarial e as condições de mercado do Brasil influenciaram a abordagem da Advent?
O privilégio que temos na América Latina é que há muito menos concorrência do que em mercados mais desenvolvidos. A Advent tem o luxo de poder criar relacionamentos de longo prazo com donos de empresas, empreendedores e famílias. Uma oportunidade pode não surgir por 12 ou 14 anos, mas revisitamos regularmente o potencial cliente e mantemos o diálogo, o que frequentemente resulta em uma negociação exclusiva. Por causa disso, a Advent é percebida na América Latina como um player resiliente que foi atuante nos bons e maus momentos.
Como trabalhar com uma ampla rede ajudou a melhorar os resultados da Advent?
Combinamos nossa expertise setorial com uma análise muito profunda antes do fechamento do negócio, realizamos uma due diligence completa com o empreendedor ou dono, e elaboramos o plano de criação de valor e decidimos sobre os recursos para apoiá-lo. Esse tem sido nosso mantra. À medida que a Advent evoluiu, o Portfolio Support Group se destacou – disponibilizando recursos para empresas que muitas vezes eram de propriedade familiar e nunca tiveram acesso a ferramentas tão sofisticadas. Isso faz uma enorme diferença.
Quais regras de ouro você poderia passar para alguém que está entrando na Advent?
Nunca acredite que uma planilha do Excel representa a verdade absoluta. Este é um trabalho de aprendizado que não pode ser ensinado na escola: você aprende fazendo, fazendo e fazendo. É preciso ser resiliente, porque você enfrentará conflitos e discussões difíceis. Em algum momento você vai ter desalinhamento com parceiros, donos de empresas e CEOs, e precisa seguir em frente com as ferramentas que tem. E não pense que você vai desenvolver o toque de Midas da noite para o dia – este é um trabalho analítico que exige muita leitura, construção de conhecimento e experiência adquirida.
O que te trouxe mais satisfação na sua carreira na Advent?
São tantas coisas. É um privilégio conhecer pessoas incríveis, sejam empreendedores ou famílias que estão no negócio há décadas. A energia e a inteligência deles são incríveis. É muito gratificante construir uma tese de investimento, fechar o negócio, implementar um plano de criação de valor e observar os resultados. Em um país como o nosso, o impacto social pode ser enorme – especialmente em termos de emprego. Ao longo dos anos, temos orgulho de ter sido um grande empregador no Brasil por meio de nossas empresas do portfólio.
Há alguma figura famosa com a qual você gostaria de trocar de lugar por um dia?
Sempre amei exploração e estar nas montanhas. As primeiras expedições britânicas me fascinam – pessoas como George Mallory, na década de 1920. Então, talvez eu gostaria de trocar de lugar com Sir Edmund Hillary, que fez a primeira escalada ao Everest. Isso seria extraordinário. Há um tempo, talvez 20 anos atrás, isso estava na minha lista de desejos, escalar o Everest, mas agora está muito cheio lá!